Desenterrei isto na net.
De tanto procurar lá encontrei. A música foi a prova categórica que era isto que procurava.
Confirma-se: a memória é selectiva e ainda bem.
Este cão deixou marca no puto dos 80s. Para o bem e para o mal, revejo-me no animal.
terça-feira, maio 22, 2007
terça-feira, maio 15, 2007
Amor bomba
"Todo o comportamento de Dalila não insinua sequer o amor, e, contudo, é esta mulher traidora e cruel que sansão adora, e, como já notámos, pode bem ser que seja essa faceta de traição que nela ama, o que força o leitor a ampliar e afrouxar a vera definição de amor: é, provavelmente, a crueldade de Dalila, a sua paixão quase transparente por o ferir que o amarra a ela com laços ínvios, laços estes revelando-se mais fortes do que quaisquer outros precedentes e que, por conseguinte, pela primeira vez, lhe despertam o amor.(...)
E se, pelo seu lado, era vero amor, pode-se suspeitar (talvez apenas por mero desejo nosso) que Sansão permita que Dalila o engane repetidas vezes porque espera, em plena desesperança, estar ele próprio enganado;(...)
Talvez. E por causa disto ele lhe confiou kol libo, nada menos que o seu coração inteiro, que ela acusara de arrendamento e engano: tudo o que ele tinha ocultado, suprimido e entesourado dentro, por tantos anos. Num lapso momentâneo, Sansão dá-lhe tudo, com o mesmo género de loucura, de esbanjamento de cortar a respiração que por vezes aflige o mais retrógado dos míseros; com a tola inocência daquele que acredita que se confiar alguma coisa a outra pessoa, de repente, numa espécie de transferência instantânea, finalmente chegará a um sentimento de intimidade autêntica."
Love sucks!
Determinadas análises trazem-me um misto de consolo e inquietação..
Até que ponto são as nossas experiências pessoais genuínas, se as encontramos descritas por alguém a quem nada confessámos.
E se, pelo seu lado, era vero amor, pode-se suspeitar (talvez apenas por mero desejo nosso) que Sansão permita que Dalila o engane repetidas vezes porque espera, em plena desesperança, estar ele próprio enganado;(...)
Talvez. E por causa disto ele lhe confiou kol libo, nada menos que o seu coração inteiro, que ela acusara de arrendamento e engano: tudo o que ele tinha ocultado, suprimido e entesourado dentro, por tantos anos. Num lapso momentâneo, Sansão dá-lhe tudo, com o mesmo género de loucura, de esbanjamento de cortar a respiração que por vezes aflige o mais retrógado dos míseros; com a tola inocência daquele que acredita que se confiar alguma coisa a outra pessoa, de repente, numa espécie de transferência instantânea, finalmente chegará a um sentimento de intimidade autêntica."
Love sucks!
Determinadas análises trazem-me um misto de consolo e inquietação..
Até que ponto são as nossas experiências pessoais genuínas, se as encontramos descritas por alguém a quem nada confessámos.
sexta-feira, maio 04, 2007
Dave, um cínico e amargurado escritor, lê o seu último conto publicado a Ginny, uma espalhafatosa showgirl analfaneta.
Dave: Então? Gostaste?
Ginny: Oh, sim! Muito!
Dave: E o que é gostaste mais?
Ginny: Ah, não sei. As pessoas.. Gostei muito de... ...de todas! Gostei muito das pessoas.
Dave: Mas que pessoas? Que personagem? Este? Aquele? Percebeste alguma coisa daquilo que te acabo de ler!?
Ginny: Não sei.. Gostei muito da história!.. Gostei de tudo!
Dave: Não vale a pena!....És uma burra! Uma incapaz! Não podes compreender nada do que te digo..
Ginny: Oh, Dave, não fiques assim. Eu também não te compreendo e, no entanto, sei que te amo.
(Dave, surpreendido, aproxima-se de Ginny.)
Dave: Ginny... - aceitas casar comigo?
Dave: Então? Gostaste?
Ginny: Oh, sim! Muito!
Dave: E o que é gostaste mais?
Ginny: Ah, não sei. As pessoas.. Gostei muito de... ...de todas! Gostei muito das pessoas.
Dave: Mas que pessoas? Que personagem? Este? Aquele? Percebeste alguma coisa daquilo que te acabo de ler!?
Ginny: Não sei.. Gostei muito da história!.. Gostei de tudo!
Dave: Não vale a pena!....És uma burra! Uma incapaz! Não podes compreender nada do que te digo..
Ginny: Oh, Dave, não fiques assim. Eu também não te compreendo e, no entanto, sei que te amo.
(Dave, surpreendido, aproxima-se de Ginny.)
Dave: Ginny... - aceitas casar comigo?
"N. tem a fraquesa de só admitir o que todos reconhecem (...) bom senão enquanto serve para encetar uma carreira (...) Para N. as ideias e os raciocínios são um divertimento, uma espécie de passatempo. (...) Para mim, pelo contrário, só o que não são ideias é divertimento. (...) Quando uma ideia me preocupa, tudo o mais, para mim, é apenas um espetáculo divertido."
Partilha, o Pedro, com a sua cúmplice e mulher, Natacha Bezukov.
Partilha, o Pedro, com a sua cúmplice e mulher, Natacha Bezukov.
quarta-feira, maio 02, 2007
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